Uma comparação inevitável, já no limiar da Copa: os técnicos.
A Itália, tri-campeã e finalista da Copa do Mundo em 2006, conta com um técnico contestado.
Marcello Lippi foi criticado, teve seu cargo ameaçado e, desde as Eliminatórias até a estréia na Copa, era considerado por muitos um azarão.
Está aí. Com muita competência conseguiu suplantar as deficiências e dificuldadades da equipe, levando a Azurra à final mais uma vez. Foram-se embora os críticos.
Na Alemanha a coisa não é diferente.
Jurgen Klinsmann mora nos Estados Unidos, não era unanimidade na Seleção e, depois de perder de 4 a 1 para a Itália em março, quase perdeu o cargo.
Até Beckenbauer (Der Kaiser) queria a cabeça dele. Na Copa, uniu o time e toda a Alemanha com ele na busca do tetra.
Infelizmente entre Alemanha e Itália, deu Itália na semifinal. Dever permanecer como treinador da Seleção Alemã, embora as chances de treinar a seleção Americana sejam boas.
Durante a semana li capas de vários jornais alemães "pedindo" que ficasse com base na opinião pública.
Mas eu acho difícil. Acho que Klinsmann seguirá seu caminho. Eu faria isso...
E o Felipão? Ah, o Felipão. Não sou viúva de
Luiz Felipe Scolari e até acho que tem vários pontos nele que poderiam ser criticados ou melhorados no meu ponto de vista. Mas não é este o foco.
Felipão superou o desafio da opinião pública, imprensa e cartolas de Portugal para formar um time coeso, afinado no objetivo de levar a Seleção adiante na Copa.
Rejeitou Vitor Baía, herói nacional que trocou por Ricardo, um ilustre desconhecido de quem obteve o compromisso pessoal de fechar com resto do time, formando um TIME. Fez o que fez: levou Portugal à semifinal depois de 40 anos. Quer mais? É disputado por muitos clubes e Seleções do mundo todo.
E no Brasil, o que tínhamos? Um treinador sonolento, apático, preguiçoso, até.
Passivo, imaginou que o time de "estrelas" que convocou lhe "presentearia" com o tão esparado Hexa. Esquema tático? Só testes em cima do quadrado mágico.
Não criou alternativas esperando que as outras seleções se preocupassem com o "perigoso time" que tinha nas mãos, favorito nesta Copa do Mundo.
E mais, não previu e nem soube lidar com a megalomania de seus convocados na briga pelo estrelismo, na confiança de que tudo andava bem e que todos os problemas estavam resolvidos pois a vida financeira pessoal de cada um era ma-ra-vi-lho-sa.
Durante o curso dos acontecimentos, Parreira não teve preparo para mudar o curso, criar, adaptar o time. Continuou passivo esperando uma solução do céu sem demonstrar nenhuma emoção.
Se erro na leitura, não é de muito longe. Parreira não foi criticado quando assumiu. Claro, para mostrar que qualquer um, de Felipão a Zagallo, poderiam ser campeões com este time.
Agora, todos caem de pau.
Assim até eu. Todos nós nos quebramos. Mas isso não é o pior. O que nos espera? Leão? Luxemburgo?
Quem viver, verá!